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O futuro do consumo de café em quatro tendências

Em novo artigo, o Bureau de Inteligência Competitiva do Café, por meio de Luiz Gonzaga de Castro Junior e Eduardo Cesar Silva, constrói um resumo das tendências de consumo que, acreditam os autores, reinarão na cafeicultura mundial vindoura - "umas mais, outras menos, o mais importante é que todas elas estão acontecendo simultaneamente". Confira

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Tomar café é um hábito na maior parte do mundo ocidental, com cada vez mais adeptos no lado oriental do globo. A bebida está presente nos lares, nos escritórios, nas padarias e nas universidades. O café garante energia ao longo do dia e oportunidade para relaxar e por as conversas em dia. Sua cadeia produtiva garante renda para milhões de famílias ao redor do mundo e movimenta dezenas de bilhões de dólares anualmente.

Diante de tamanha importância, compreender as tendências que estão modificando o consumo de café é algo fundamental. Dessa forma, nosso objetivo com o presente texto é oferecer um quadro abrangente dessas tendências, definindo os desdobramentos decorrentes de cada uma delas.

Consumo nos países produtores


Uma das principais tendências diz respeito ao aumento do consumo nos países produtores. O relatório mensal da OIC, referente a setembro de 2012, apresenta dados interessantes sobre isso. O documento classifica o consumo entre países produtores e importadores. Os importadores ainda são subdivididos em consumidores tradicionais e emergentes. No período compreendido entre 2008 e 2011, os mercados tradicionais e emergentes apresentaram crescimento de 1,8% e 1,3%, respectivamente. Já o grupo dos produtores obteve o expressivo incremento de 11,8%. Além do Brasil, as maiores elevações foram observadas na Etiópia (15,4%), Índia (16,1%), Filipinas (54,7%) e Vietnã (65,1%).
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Esses dados evidenciam que os países produtores serão cada vez mais importantes para manter o consumo mundial de café em alta. E isso não é pouco. Embora a conjuntura atual de preços não seja favorável para muitos cafeicultores, um cenário de estagnação no consumo pode ser desastroso. Com o aumento da demanda garantido, haverá espaço nas próximas décadas para o crescimento na produção do grão.

Consumo nos mercados tradicionais

Apesar da importância cada vez maior dos países produtores, é um erro imaginar que os mercados tradicionais deixarão de ser importantes. Além do imenso volume de café consumido nesses países, eles são altamente sofisticados, definindo tendências que agregam mais valor ao produto e que, futuramente, serão seguidas pelos países produtores. Os mercados tradicionais representam a vanguarda do consumo de café.

Uma análise das inovações do mercado cafeeiro nos últimos 20 anos revela a importância desses países. Cafés certificados, cafés gourmet, explosão do mercado de cafeterias e, mais recentemente, a indústria de café em cápsulas: tudo isso é decorrente do estilo de vida, renda e educação dos mercados tradicionais. Nas próximas décadas eles continuarão a sofisticar seus hábitos, criando oportunidades para os cafeicultores de espírito empreendedor.

Café em Cápsulas

Uma das mais significativas inovações na história da indústria cafeeira. Esse segmento continuará em rápido crescimento no médio prazo, atraindo cada vez mais consumidores e empresas. É um mercado que merece atenção, já que agrega muito valor ao produto. No entanto, há indícios de que sua popularização possa reduzir o consumo per capita, visto que evita o desperdício de café. Ainda não se conhece a extensão dessa possível redução, mas é uma variável a ser considerada nos próximos anos.

Terceira Onda

A terceira onda do consumo de café é um conjunto de tendências observadas nos países desenvolvidos. Neles, é cada vez maior o número de apreciadores da bebida que desejam café de alta qualidade, mas não apenas isso. Eles também querem conhecer métodos alternativos de preparo, entender sobre degustação, conhecer as características da região produtora e, até mesmo, como o café foi beneficiado.

Com isso o café de origem única ganha força, em oposição aos blends. O café coado se tornou sofisticado dentro das cafeterias da terceira onda e existe uma nova geração de empresários dispostos a viajar até os países produtores em busca de lotes exclusivos, comprados diretamente do cafeicultor.

Há muito tempo se fala nas semelhanças entre café e vinho. Com a terceira onda, essas semelhanças são exploradas em favor do café, levando seu consumo a um novo patamar de sofisticação.

Considerações finais

Todas as tendências discutidas acima influenciarão a cafeicultura mundial. Umas mais, outras menos. Mas o mais importante é que todas elas estão acontecendo simultaneamente. Ao mesmo tempo em que cresce a utilização de máquinas automáticas, cresce o número de apreciadores do café artesanal. Enquanto o consumo cresce pouco na Europa, os países produtores se mostram ávidos por mais. Tudo isso torna o mercado de café mais complexo e interessante.

O monitoramento das tendências de consumo é imprescindível para a formulação de estratégias. Na posição de maior produtor mundial, o Brasil precisa considerar esses temas para garantir o sucesso da cafeicultura nacional no longo prazo.

Os autores agradecem a equipe do Bureau de Inteligência Competitiva do Café, responsável pela coleta e organização das informações utilizadas neste artigo.

Esta matéria é de uso exclusivo do CaféPoint, não sendo permitida sua cópia e réplica sem prévia autorização do portal e dos autores do artigo.
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Material escrito por:

Luiz Gonzaga de Castro Junior

Luiz Gonzaga de Castro Junior

Doutor em Economia Aplicada pela ESALQ/USP e professor associado da Universidade Federal de Lavras. Coordenador do Centro de Inteligência em Mercados (CIM).

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Eduardo Cesar Silva

Eduardo Cesar Silva

Coordenador do Bureau de Inteligência Competitiva do Café. Doutorando em istração pela Universidade Federal de Lavras e mestre em istração pela mesma instituição. É tecnólogo em cafeicultura pelo IF Sul de Minas - Campus Muzambinho.

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O futuro do consumo de café em quatro tendências

Em novo artigo, o Bureau de Inteligência Competitiva do Café, por meio de Luiz Gonzaga de Castro Junior e Eduardo Cesar Silva, constrói um resumo das tendências de consumo que, acreditam os autores, reinarão na cafeicultura mundial vindoura - "umas mais, outras menos, o mais importante é que todas elas estão acontecendo simultaneamente". Confira

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Tomar café é um hábito na maior parte do mundo ocidental, com cada vez mais adeptos no lado oriental do globo. A bebida está presente nos lares, nos escritórios, nas padarias e nas universidades. O café garante energia ao longo do dia e oportunidade para relaxar e por as conversas em dia. Sua cadeia produtiva garante renda para milhões de famílias ao redor do mundo e movimenta dezenas de bilhões de dólares anualmente.

Diante de tamanha importância, compreender as tendências que estão modificando o consumo de café é algo fundamental. Dessa forma, nosso objetivo com o presente texto é oferecer um quadro abrangente dessas tendências, definindo os desdobramentos decorrentes de cada uma delas.

Consumo nos países produtores


Uma das principais tendências diz respeito ao aumento do consumo nos países produtores. O relatório mensal da OIC, referente a setembro de 2012, apresenta dados interessantes sobre isso. O documento classifica o consumo entre países produtores e importadores. Os importadores ainda são subdivididos em consumidores tradicionais e emergentes. No período compreendido entre 2008 e 2011, os mercados tradicionais e emergentes apresentaram crescimento de 1,8% e 1,3%, respectivamente. Já o grupo dos produtores obteve o expressivo incremento de 11,8%. Além do Brasil, as maiores elevações foram observadas na Etiópia (15,4%), Índia (16,1%), Filipinas (54,7%) e Vietnã (65,1%).
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Esses dados evidenciam que os países produtores serão cada vez mais importantes para manter o consumo mundial de café em alta. E isso não é pouco. Embora a conjuntura atual de preços não seja favorável para muitos cafeicultores, um cenário de estagnação no consumo pode ser desastroso. Com o aumento da demanda garantido, haverá espaço nas próximas décadas para o crescimento na produção do grão.

Consumo nos mercados tradicionais

Apesar da importância cada vez maior dos países produtores, é um erro imaginar que os mercados tradicionais deixarão de ser importantes. Além do imenso volume de café consumido nesses países, eles são altamente sofisticados, definindo tendências que agregam mais valor ao produto e que, futuramente, serão seguidas pelos países produtores. Os mercados tradicionais representam a vanguarda do consumo de café.

Uma análise das inovações do mercado cafeeiro nos últimos 20 anos revela a importância desses países. Cafés certificados, cafés gourmet, explosão do mercado de cafeterias e, mais recentemente, a indústria de café em cápsulas: tudo isso é decorrente do estilo de vida, renda e educação dos mercados tradicionais. Nas próximas décadas eles continuarão a sofisticar seus hábitos, criando oportunidades para os cafeicultores de espírito empreendedor.

Café em Cápsulas

Uma das mais significativas inovações na história da indústria cafeeira. Esse segmento continuará em rápido crescimento no médio prazo, atraindo cada vez mais consumidores e empresas. É um mercado que merece atenção, já que agrega muito valor ao produto. No entanto, há indícios de que sua popularização possa reduzir o consumo per capita, visto que evita o desperdício de café. Ainda não se conhece a extensão dessa possível redução, mas é uma variável a ser considerada nos próximos anos.

Terceira Onda

A terceira onda do consumo de café é um conjunto de tendências observadas nos países desenvolvidos. Neles, é cada vez maior o número de apreciadores da bebida que desejam café de alta qualidade, mas não apenas isso. Eles também querem conhecer métodos alternativos de preparo, entender sobre degustação, conhecer as características da região produtora e, até mesmo, como o café foi beneficiado.

Com isso o café de origem única ganha força, em oposição aos blends. O café coado se tornou sofisticado dentro das cafeterias da terceira onda e existe uma nova geração de empresários dispostos a viajar até os países produtores em busca de lotes exclusivos, comprados diretamente do cafeicultor.

Há muito tempo se fala nas semelhanças entre café e vinho. Com a terceira onda, essas semelhanças são exploradas em favor do café, levando seu consumo a um novo patamar de sofisticação.

Considerações finais

Todas as tendências discutidas acima influenciarão a cafeicultura mundial. Umas mais, outras menos. Mas o mais importante é que todas elas estão acontecendo simultaneamente. Ao mesmo tempo em que cresce a utilização de máquinas automáticas, cresce o número de apreciadores do café artesanal. Enquanto o consumo cresce pouco na Europa, os países produtores se mostram ávidos por mais. Tudo isso torna o mercado de café mais complexo e interessante.

O monitoramento das tendências de consumo é imprescindível para a formulação de estratégias. Na posição de maior produtor mundial, o Brasil precisa considerar esses temas para garantir o sucesso da cafeicultura nacional no longo prazo.

Os autores agradecem a equipe do Bureau de Inteligência Competitiva do Café, responsável pela coleta e organização das informações utilizadas neste artigo.

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Coordenador do Bureau de Inteligência Competitiva do Café. Doutorando em istração pela Universidade Federal de Lavras e mestre em istração pela mesma instituição. É tecnólogo em cafeicultura pelo IF Sul de Minas - Campus Muzambinho.

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