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Virada tecnológica no agronegócio já é realidade, e quem não se atualizar tende a ficar para trás

Artigo sobre o uso de tecnologias e dados no campo e como essas ferramentas impactam no avanço do setor no Brasil

Publicado em: - 2 minutos de leitura

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Por Sergio Rocha*

Quando se pensa em agronegócio, o imaginário popular associa ao cenário rústico do campo e o oposto da agilidade do cenário urbano. Entretanto, o avanço do setor no Brasil, hoje, já pode ser relacionado ao uso de tecnologia e de dados. Parte relevante das empresas do segmento estão recorrendo a ferramentas tecnológicas para oferecer os serviços e produtos de forma mais limpa e em consonância com a sustentabilidade, em especial as empresas brasileiras, que têm liderado essa transformação, tanto no crédito, como na compra de matéria-prima e venda de insumos.

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O setor de agtechs se expandiu significativamente nos últimos dois anos. Em 2020, 84% dos produtores agrícolas brasileiros já adotavam algum tipo de técnica digital na plantação, segundo um estudo realizado pela Embrapa. Já em 2021, o volume de investimentos em ferramentas tecnológicas chegou a 126 milhões de reais, de acordo com o Radar Agtech Brasil.

Sensores, sistemas de informação geográfica (SIG), drones, robótica e inteligência artificial, da preparação do solo à colheita, e da distribuição dos produtos, são algumas das ferramentas que auxiliam no monitoramento e gerenciamento das operações agrícolas. Além disso, essas inovações permitem que os agricultores monitorem de perto a qualidade e a quantidade de produção, evitando desperdícios. 

E o uso de tecnologia nesse setor não está apenas relacionado ao maquinário utilizado na plantação e na colheita. O sistema de dados facilita o o a informações e é cada vez mais indispensável, seja para potencializar a produtividade, pois auxilia os produtores a tomar decisões assertivas sobre quando plantar, quando colher e como cuidar das lavouras, como também para garantir um agronegócio ainda mais sustentável. 

A digitalização de processos e a análise inteligente de informações é o caminho principal para as organizações criarem uma agenda ESG na prática e em larga escala, pois é por meio dos meios digitais que se torna possível uma coleta qualificada de dados e o monitoramento de territórios e cadeias produtivas de forma eficaz, garantindo o cumprimento dos critérios sustentáveis.

A preocupação com esses temas não impacta diretamente apenas o produtor, mas também a rede de instituições e pessoas envolvidas nas jornadas corporativas das empresas. Isso porque os hábitos de consumo da população estão se transformando e as pessoas estão cada vez mais atentas à origem dos alimentos e produtos que adquirem. 

Um estudo da Nielsen mostrou que 42% dos consumidores brasileiros estão mudando seus hábitos de consumo para reduzir seu impacto no meio ambiente, e os investidores estão de olho nisso. Nesse sentido, a assertividade no campo depende de transparência, eficiência e práticas adequadas em todos os âmbitos da palavra.

Apesar das inúmeras vantagens, a agricultura digital ainda deve evoluir, tanto no sentido de dados, IA e ferramentas tecnológicas, quanto no o por parte dos agricultores, incluindo principalmente os pequenos. Pegar esse movimento desde o início tende a ser uma alavanca para o mercado. 

Nesse cenário, fica claro que, cada vez mais, quem não investir em tecnologia vai ficar obsoleto. 

*Sergio Rocha é CEO da Agrotools. Com mais de 30 anos de experiência em áreas como commodities agrícolas, serviços financeiros, tecnologia, comércio internacional, dados e geotecnologia, Sergio também investiu em startups e reestruturou empresas em setores como finanças, commodities e tecnologia. Estudou planejamento estratégico na escola de negócios IMD, na Suíça, e trabalhou na Rússia. Antes de fundar a Agrotools, Sergio trabalhou na Costa Pinto Trading Company, na OPE Investments e foi presidente da Tear Technology Investment Partners nos EUA.

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