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Devemos tomar cuidado ao observar sintomas anormais em cafeeiros

Os sinais são as próprias estruturas dos agentes causais; uma visão geral, de início, permite identificar o que está acontecendo na lavoura

Publicado em: - 2 minutos de leitura

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Nas lavouras de café, no campo, é comum aparecerem sintomas anormais nas plantas, ora por pragas ou doenças, ora por outros efeitos. Para diagnosticar o que vem acontecendo é preciso adotar cuidados, senão pode-se chegar a uma conclusão errada.

Os problemas ou sintomas anormais na lavoura cafeeira podem ser agrupados a partir de quatro origens, sendo: a) de natureza física ou mecânica; b) de origem química; c) de origem biológica e d) de natureza fisiológica. Como se conhece, cientificamente, são os chamados fatores bióticos e abióticos.

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Os principais tipos de sintomas que ocorrem em cafeeiros são murcha, amarelecimento, calos, manchas, necrose e morte de tecidos, abortamento, superbrotamento, enrugamento, desfolha e queda de flores e frutos. 

Por sua vez, os sinais são as próprias estruturas dos agentes causais. Recentemente, foi constatado um problema de seca da parte alta das plantas de café, em lavoura em Varre-Sai, Alto Noroeste do estado do Rio de Janeiro. Foi diagnosticado, inicialmente, tratar-se do efeito de uma broca perfurando o tronco das plantas. 

Essa ocorrência foi divulgada na internet. Porém, uma observação posterior, feita por técnicos que visitaram o local, identificou, como alguns já suspeitavam, tratar-se do efeito de faísca elétrica ou raio.

Os cuidados a serem adotados na verificação devem começar pela visão geral, que permite identificar o modo como o problema vem ocorrendo. No caso da lavoura de Varre-Sai, os sintomas de seca da parte alta das plantas ocorria em reboleira bem definida. Esse modo de ocorrência já dá uma pista do problema.

Doenças, no geral, evoluem em reboleiras, mas pragas, como aventado, não. Depois deve-se descer ao detalhe, observando os sintomas nas plantas. Nesse caso, em verificação minuciosa, em várias plantas, não foram observados furos por brocas. Por outro lado, foram observados sintomas típicos do efeito de raio, que mata a parte superior das plantas, com seu efeito diminuindo a intensidade de queima de plantas, na medida em que se vai para as margens da reboleira. 

Também, ao cortar o tronco, foram identificados tecidos escuros na região do cambio, abaixo da casca, sintoma típico de efeito do raio.

Neste caso, maior cuidado ainda deve ser observado, pois a suposta causa do problema – o ataque de uma broca do tronco, na forma de uma lagarta –, não foi relatada, na literatura, ocorrendo em plantas de café.

É possível que lagartas possam ocorrer de forma secundária, nos tecidos já mortos. No entanto, na verificação detalhada, feita pelos técnicos, não foi constatada qualquer lagarta no tronco das plantas, na reboleira com ponteiros mortos.

Reboleira de plantas com topo queimado, em lavoura de café em Varre-sai e o Técnico observando, em detalhe, os sintomas da seca, atribuida ao efeito de faisca elétrica ou raio
Reboleira de plantas com topo queimado, em lavoura de café em Varre-sai e um técnico observando, em detalhe, os sintomas da seca, atribuida ao efeito de faísca elétrica ou raio

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José Braz Matiello

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Nas lavouras de café, no campo, é comum aparecerem sintomas anormais nas plantas, ora por pragas ou doenças, ora por outros efeitos. Para diagnosticar o que vem acontecendo é preciso adotar cuidados, senão pode-se chegar a uma conclusão errada.

Os problemas ou sintomas anormais na lavoura cafeeira podem ser agrupados a partir de quatro origens, sendo: a) de natureza física ou mecânica; b) de origem química; c) de origem biológica e d) de natureza fisiológica. Como se conhece, cientificamente, são os chamados fatores bióticos e abióticos.

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Os principais tipos de sintomas que ocorrem em cafeeiros são murcha, amarelecimento, calos, manchas, necrose e morte de tecidos, abortamento, superbrotamento, enrugamento, desfolha e queda de flores e frutos. 

Por sua vez, os sinais são as próprias estruturas dos agentes causais. Recentemente, foi constatado um problema de seca da parte alta das plantas de café, em lavoura em Varre-Sai, Alto Noroeste do estado do Rio de Janeiro. Foi diagnosticado, inicialmente, tratar-se do efeito de uma broca perfurando o tronco das plantas. 

Essa ocorrência foi divulgada na internet. Porém, uma observação posterior, feita por técnicos que visitaram o local, identificou, como alguns já suspeitavam, tratar-se do efeito de faísca elétrica ou raio.

Os cuidados a serem adotados na verificação devem começar pela visão geral, que permite identificar o modo como o problema vem ocorrendo. No caso da lavoura de Varre-Sai, os sintomas de seca da parte alta das plantas ocorria em reboleira bem definida. Esse modo de ocorrência já dá uma pista do problema.

Doenças, no geral, evoluem em reboleiras, mas pragas, como aventado, não. Depois deve-se descer ao detalhe, observando os sintomas nas plantas. Nesse caso, em verificação minuciosa, em várias plantas, não foram observados furos por brocas. Por outro lado, foram observados sintomas típicos do efeito de raio, que mata a parte superior das plantas, com seu efeito diminuindo a intensidade de queima de plantas, na medida em que se vai para as margens da reboleira. 

Também, ao cortar o tronco, foram identificados tecidos escuros na região do cambio, abaixo da casca, sintoma típico de efeito do raio.

Neste caso, maior cuidado ainda deve ser observado, pois a suposta causa do problema – o ataque de uma broca do tronco, na forma de uma lagarta –, não foi relatada, na literatura, ocorrendo em plantas de café.

É possível que lagartas possam ocorrer de forma secundária, nos tecidos já mortos. No entanto, na verificação detalhada, feita pelos técnicos, não foi constatada qualquer lagarta no tronco das plantas, na reboleira com ponteiros mortos.

Reboleira de plantas com topo queimado, em lavoura de café em Varre-sai e o Técnico observando, em detalhe, os sintomas da seca, atribuida ao efeito de faisca elétrica ou raio
Reboleira de plantas com topo queimado, em lavoura de café em Varre-sai e um técnico observando, em detalhe, os sintomas da seca, atribuida ao efeito de faísca elétrica ou raio

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