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Excesso de Boro em cafezal de cultivo orgânico

Quantidade em excesso do micronutriente pode provocar toxidez na folhagem, com manchas verde-amarelo e queima nas bordas das folhas

Publicado em: - 2 minutos de leitura

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Foi observada em campo, em lavoura de café no sistema orgânico, grave toxidez por excesso de boro. 

O boro é um micronutriente muito importante na cultura cafeeira. Ele influi no crescimento do cafeeiro e no pegamento/fecundação das flores, participando da divisão celular, crescimento das células e da parede celular. Em caso de deficiência desse nutriente as folhas novas aparecem deformadas, afiladas, pequenas, com bordos arredondados. Ocorre morte de gemas apicais e superbrotamento, com as brotações formando “palmetas” ou leques. Também acontece seca de ponteiros, que pode ser confundida com o ataque de Phoma. 

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O excesso de boro também é prejudicial, provocando toxidez na folhagem, cujos sintomas podem ser observados através de folhas manchadas de verde-amarelo e, em casos graves, ocorre queima nas bordas das folhas, sintomas que aparecem quando os teores de B se situam em cerca de 300 ppm. 

Na condição aqui discutida, em um cafezal indo para a segunda safra, que vem sendo conduzido no sistema orgânico, apareceram sintomas de fitotoxidez de boro de forma generalizada, o que é pouco comum, pois, o que mais ocorre é uma toxidez em algumas plantas, onde, por erro de aplicação, cai uma maior quantidade do produto fonte de boro. 

Observando o que foi usado, pode-se ver que, realmente, houve excesso de B aplicado na lavoura. Um pouco pelo próprio adubo orgânico, um composto com esterco de curral (tinha 30 mg de B por kg) aplicado à razão de cerca de 16 t por há, mais esterco de galinha (esse possivelmente tratado com borax, para reduzir insetos no aviário) por dois anos sucessivos, acrescidos de duas aplicações de Ulexita, com 50 kg/ha do produto cada aplicação. 

Nas análises de folhas, foi observado o teor de 240-274 ppm de B e no solo, nas camadas de 0-20 cm tinha 0,51 pm, de 20-40 (0,75 ppm) e de 40-60 cm (0,55 ppm). Isso mostra que o boro, como conhecido, se aprofundou no solo, e calculando o total nas três camadas, há mais de 5 kg de B por ha, sem contar que, em trincheira aberta, verificou-se que o sistema radicular dos cafeeiros se encontravam até 1,8 m de profundidade, podendo, assim, ter o de mais B em profundidade. Em folhas tomadas sem os sintomas de toxidez, verificou-se o teor de 80 ppm de B. A exigência de boro pelo cafeeiro foi determinada como sendo 6,5 g por saca de café. Para produtividade de 30 scs /ha, precisaria, assim, de menos de 200 g de B por ha. 

Na foto, coloca-se os sintomas típicos da toxidez de B, sendo que o objetivo da presente nota técnica é alertar para a possibilidade de toxidez e, então, indicar a adoção de cuidados sempre que se usar algo diferenciado que possa elevar, significativamente, o teor de B no solo.

Em ocorrências anteriores de toxidez de B, verificou-se que as folhas novas, nos ramos, crescendo após à intoxicação, apresentam em torno de 100 ppm, nessa condição não mostrando sintomas anormais nessas folhas.

Figura 1
Sintomas típicos de toxidez de boro na folhagem de cafeeiros

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Material escrito por:

José Braz Matiello

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Foi observada em campo, em lavoura de café no sistema orgânico, grave toxidez por excesso de boro. 

O boro é um micronutriente muito importante na cultura cafeeira. Ele influi no crescimento do cafeeiro e no pegamento/fecundação das flores, participando da divisão celular, crescimento das células e da parede celular. Em caso de deficiência desse nutriente as folhas novas aparecem deformadas, afiladas, pequenas, com bordos arredondados. Ocorre morte de gemas apicais e superbrotamento, com as brotações formando “palmetas” ou leques. Também acontece seca de ponteiros, que pode ser confundida com o ataque de Phoma. 

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Na condição aqui discutida, em um cafezal indo para a segunda safra, que vem sendo conduzido no sistema orgânico, apareceram sintomas de fitotoxidez de boro de forma generalizada, o que é pouco comum, pois, o que mais ocorre é uma toxidez em algumas plantas, onde, por erro de aplicação, cai uma maior quantidade do produto fonte de boro. 

Observando o que foi usado, pode-se ver que, realmente, houve excesso de B aplicado na lavoura. Um pouco pelo próprio adubo orgânico, um composto com esterco de curral (tinha 30 mg de B por kg) aplicado à razão de cerca de 16 t por há, mais esterco de galinha (esse possivelmente tratado com borax, para reduzir insetos no aviário) por dois anos sucessivos, acrescidos de duas aplicações de Ulexita, com 50 kg/ha do produto cada aplicação. 

Nas análises de folhas, foi observado o teor de 240-274 ppm de B e no solo, nas camadas de 0-20 cm tinha 0,51 pm, de 20-40 (0,75 ppm) e de 40-60 cm (0,55 ppm). Isso mostra que o boro, como conhecido, se aprofundou no solo, e calculando o total nas três camadas, há mais de 5 kg de B por ha, sem contar que, em trincheira aberta, verificou-se que o sistema radicular dos cafeeiros se encontravam até 1,8 m de profundidade, podendo, assim, ter o de mais B em profundidade. Em folhas tomadas sem os sintomas de toxidez, verificou-se o teor de 80 ppm de B. A exigência de boro pelo cafeeiro foi determinada como sendo 6,5 g por saca de café. Para produtividade de 30 scs /ha, precisaria, assim, de menos de 200 g de B por ha. 

Na foto, coloca-se os sintomas típicos da toxidez de B, sendo que o objetivo da presente nota técnica é alertar para a possibilidade de toxidez e, então, indicar a adoção de cuidados sempre que se usar algo diferenciado que possa elevar, significativamente, o teor de B no solo.

Em ocorrências anteriores de toxidez de B, verificou-se que as folhas novas, nos ramos, crescendo após à intoxicação, apresentam em torno de 100 ppm, nessa condição não mostrando sintomas anormais nessas folhas.

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