A importância da reposição anual de magnésio ao cafeeiro

Macronutriente e o uso do magnésio, cálcio e enxofre são destaques no artigo de Emílio Lobato

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Durante muito tempo, as pesquisas nacionais e internacionais sobre nutrição de plantas estiveram dirigidas ao nitrogênio, fósforo e potássio, deixando em segundo plano o magnésio, o cálcio e o enxofre [1], [2]. Por isso, os agricultores brasileiros foram motivados ao uso da adubação contendo os três primeiros macronutrientes, através das consagradas fórmulas NPK.

O magnésio era considerado, até pouco tempo, um elemento mundialmente esquecido na nutrição vegetal [3]–[6]. Vivenciamos o momento que podemos chamar “a redescoberta do magnésio na agricultura”.

O emprego do magnésio em pequena proporção na adubação, através do uso de calcários dolomíticos e calcíticos, nos quais a relação Ca/Mg geralmente não consegue equilibrar as bases na solução do solo, o uso de doses pesadas de potássio, induzindo a deficiência do magnésio, concomitante ao aumento da produtividade das culturas e consequente elevação da exigência e exportação de Mg, têm contribuído para que ocorra uma sensível carência de magnésio em vários polos agrícolas nacionais.

Pela lei do mínimo, o crescimento e a produtividade das lavouras podem ficar limitados por apenas um ou poucos nutrientes, que se encontram em quantidades insuficientes, de nada adiantando ter aplicado muito dos demais.

Figura 1

Pesquisadores de renomadas instituições agrícolas do Brasil questionam a adequação da denominação “macronutriente secundário”, dando a impressão que o magnésio é menos importante do que nitrogênio, fósforo e potássio, o que é um grande equívoco.

Malavolta, para contornar o imbróglio decorrente dessa classificação da legislação sobre fertilizantes, escreveu: “o magnésio é classificado como um nutriente secundário, mas ele tem um efeito primário na produção vegetal e animal” [7]. Do ponto de vista da nutrição vegetal, nenhum nutriente pode ser considerado secundário [8].

Em princípio, existem duas razões para que a deficiência de magnésio ocorra: a deficiência absoluta, que corresponde à falta do nutriente no solo, e a induzida, gerada pela competição ou antagonismo com outros cátions, mesmo que o nutriente esteja presente em níveis adequados no solo. Os sintomas de deficiência de magnésio têm sido cada vez mais frequentes em lavouras cafeeiras [9]–[11], principalmente naquelas que recebem adubações potássicas elevadas, decorrentes do uso rotineiro, que não levam em consideração os resultados de análise do solo. Em 2010, Matiello [12], utilizando 6.500 amostras de folhas de café coletadas nas regiões de Minas Gerais e São Paulo, Figura 1, constatou que 66% das amostras apresentavam-se deficientes em magnésio, ou seja, com teor foliar abaixo considerado adequado para o cafeeiro de 0,35% Mg.

Figura 1. Carência de magnésio, com amarelecimento entre nervuras e sinais de necrose das folhas velhas em Alfenas, MG [10].

Figura 1. Carência de magnésio, com amarelecimento entre nervuras e sinais de necrose das folhas velhas em Alfenas, MG [10].

A maximização da produtividade, de qualquer cultura, a necessariamente pelo estabelecimento de uma nova percepção e consciência em relação à nutrição do magnésio para as plantas.

Figura 3

Seria o magnésio o seu elo mais fraco?
Para uma completa atualização das descobertas recentes da literatura sobre a importância do magnésio na nutrição do cafeeiro, obtenha gratuitamente o ebook A IMPORTÂNCIA DA REPOSIÇÃO ANUAL DE MAGNÉSIO AO CAFEEIRO ando www.ibarnordeste.com.br/agromag. 

Figura 4

Referências Bibliográficas

[1]    A. Gransee and H. Führs, “Magnesium mobility in soils as a challenge for soil and plant analysis, magnesium fertilization and root uptake under adverse growth conditions,” Plant and Soil, vol. 368, no. 1–2. pp. 5–21, 2013.
[2]    E. Malavolta, Potássio, magnésio e enxofre nos solos e culturas brasileiras, 4th ed. Piracicaba, SP: Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato, 1984.
[3]    I. Cakmak and A. M. Yazici, “Magnésio - Um elemento esquecido na produção agrícola,” Informações Agronômicas, no. 132, pp. 14–16, 2010.
[4]    I. Cakmak and A. M. Yazici, “Magnesium: A Forgotten Element in Crop Production,” Better Crop., vol. 94, no. 2, pp. 23–25, 2010.
[5]    W. Guo, H. Nazim, Z. Liang, and D. Yang, “Magnesium deficiency in plants: An urgent problem,” Crop J., vol. 4, no. 2, pp. 83–91, 2016.
[6]    J. McHoul, “Magnesium – the forgotten nutrient,” Agronomist, p. 21, 2006.
[7]    E. Malavolta, “Magnésio - é uma regra (sem excessão), o magnésio é exigido por todas as culturas,” Arquivo do Agrônomo, vol. 10, pp. 9–10, 1996.
[8]    P. O. Martins, “Eficiência de fontes, dinâmica do magnésio no solo sob culturas do café no Brasil e comparaçào da análise de K, Ca, e Mg em solos do Arkansas-EUA seco em estufa e úmido de campo,” Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz,” 2016.
[9]    K. G. de Li. Dias, “Nutrição, Bioquímica e Fisiologia de Cafeeiros Supridos com Magnésio,” UFLA, Lavras - MG, 2015.
[10]    J. B. Matiello, “Novamente o magnésio muito deficiente e desfolhando cafezais,” 2015. [Online]. Available: /radares-tecnicos/folha-procafe/novamente-o-magnesio-muito-deficiente-e-desfolhando-cafezais-94466n.aspx.
[11]    F. P. Almeida, F. J. Lima, and R. N. S. Amaral, “Avaliação da fertilidade do solo em lavouras cafeeiras do cerrado da Bahia,” Bahia Agrícola, vol. 7, no. 2, pp. 73–75, 2006.
[12]    J. B. Matiello, R. Santinato, A. W. R. Garcia, and S. R. Almeida, Cultura de café no Brasil - Manual de Recomendações, 7th ed. Varginha - MG: Fundação Procafé, 2015.

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Autores
Emílio Lobato
José Neto Soares Filho
IBAR NORDESTE – www.ibarnordeste.com.br/agromag

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antonio costa reis
ANTONIO COSTA REIS

ITAMOGI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 22/07/2020

otimo artigo
audina onohara
AUDINA ONOHARA

BILAC - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 16/07/2018

quanto custa e quanto se coloca por pe.

A importância da reposição anual de magnésio ao cafeeiro

Macronutriente e o uso do magnésio, cálcio e enxofre são destaques no artigo de Emílio Lobato

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Durante muito tempo, as pesquisas nacionais e internacionais sobre nutrição de plantas estiveram dirigidas ao nitrogênio, fósforo e potássio, deixando em segundo plano o magnésio, o cálcio e o enxofre [1], [2]. Por isso, os agricultores brasileiros foram motivados ao uso da adubação contendo os três primeiros macronutrientes, através das consagradas fórmulas NPK.

O magnésio era considerado, até pouco tempo, um elemento mundialmente esquecido na nutrição vegetal [3]–[6]. Vivenciamos o momento que podemos chamar “a redescoberta do magnésio na agricultura”.

O emprego do magnésio em pequena proporção na adubação, através do uso de calcários dolomíticos e calcíticos, nos quais a relação Ca/Mg geralmente não consegue equilibrar as bases na solução do solo, o uso de doses pesadas de potássio, induzindo a deficiência do magnésio, concomitante ao aumento da produtividade das culturas e consequente elevação da exigência e exportação de Mg, têm contribuído para que ocorra uma sensível carência de magnésio em vários polos agrícolas nacionais.

Pela lei do mínimo, o crescimento e a produtividade das lavouras podem ficar limitados por apenas um ou poucos nutrientes, que se encontram em quantidades insuficientes, de nada adiantando ter aplicado muito dos demais.

Figura 1

Pesquisadores de renomadas instituições agrícolas do Brasil questionam a adequação da denominação “macronutriente secundário”, dando a impressão que o magnésio é menos importante do que nitrogênio, fósforo e potássio, o que é um grande equívoco.

Malavolta, para contornar o imbróglio decorrente dessa classificação da legislação sobre fertilizantes, escreveu: “o magnésio é classificado como um nutriente secundário, mas ele tem um efeito primário na produção vegetal e animal” [7]. Do ponto de vista da nutrição vegetal, nenhum nutriente pode ser considerado secundário [8].

Em princípio, existem duas razões para que a deficiência de magnésio ocorra: a deficiência absoluta, que corresponde à falta do nutriente no solo, e a induzida, gerada pela competição ou antagonismo com outros cátions, mesmo que o nutriente esteja presente em níveis adequados no solo. Os sintomas de deficiência de magnésio têm sido cada vez mais frequentes em lavouras cafeeiras [9]–[11], principalmente naquelas que recebem adubações potássicas elevadas, decorrentes do uso rotineiro, que não levam em consideração os resultados de análise do solo. Em 2010, Matiello [12], utilizando 6.500 amostras de folhas de café coletadas nas regiões de Minas Gerais e São Paulo, Figura 1, constatou que 66% das amostras apresentavam-se deficientes em magnésio, ou seja, com teor foliar abaixo considerado adequado para o cafeeiro de 0,35% Mg.

Figura 1. Carência de magnésio, com amarelecimento entre nervuras e sinais de necrose das folhas velhas em Alfenas, MG [10].

Figura 1. Carência de magnésio, com amarelecimento entre nervuras e sinais de necrose das folhas velhas em Alfenas, MG [10].

A maximização da produtividade, de qualquer cultura, a necessariamente pelo estabelecimento de uma nova percepção e consciência em relação à nutrição do magnésio para as plantas.

Figura 3

Seria o magnésio o seu elo mais fraco?
Para uma completa atualização das descobertas recentes da literatura sobre a importância do magnésio na nutrição do cafeeiro, obtenha gratuitamente o ebook A IMPORTÂNCIA DA REPOSIÇÃO ANUAL DE MAGNÉSIO AO CAFEEIRO ando www.ibarnordeste.com.br/agromag. 

Figura 4

Referências Bibliográficas

[1]    A. Gransee and H. Führs, “Magnesium mobility in soils as a challenge for soil and plant analysis, magnesium fertilization and root uptake under adverse growth conditions,” Plant and Soil, vol. 368, no. 1–2. pp. 5–21, 2013.
[2]    E. Malavolta, Potássio, magnésio e enxofre nos solos e culturas brasileiras, 4th ed. Piracicaba, SP: Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato, 1984.
[3]    I. Cakmak and A. M. Yazici, “Magnésio - Um elemento esquecido na produção agrícola,” Informações Agronômicas, no. 132, pp. 14–16, 2010.
[4]    I. Cakmak and A. M. Yazici, “Magnesium: A Forgotten Element in Crop Production,” Better Crop., vol. 94, no. 2, pp. 23–25, 2010.
[5]    W. Guo, H. Nazim, Z. Liang, and D. Yang, “Magnesium deficiency in plants: An urgent problem,” Crop J., vol. 4, no. 2, pp. 83–91, 2016.
[6]    J. McHoul, “Magnesium – the forgotten nutrient,” Agronomist, p. 21, 2006.
[7]    E. Malavolta, “Magnésio - é uma regra (sem excessão), o magnésio é exigido por todas as culturas,” Arquivo do Agrônomo, vol. 10, pp. 9–10, 1996.
[8]    P. O. Martins, “Eficiência de fontes, dinâmica do magnésio no solo sob culturas do café no Brasil e comparaçào da análise de K, Ca, e Mg em solos do Arkansas-EUA seco em estufa e úmido de campo,” Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz,” 2016.
[9]    K. G. de Li. Dias, “Nutrição, Bioquímica e Fisiologia de Cafeeiros Supridos com Magnésio,” UFLA, Lavras - MG, 2015.
[10]    J. B. Matiello, “Novamente o magnésio muito deficiente e desfolhando cafezais,” 2015. [Online]. Available: /radares-tecnicos/folha-procafe/novamente-o-magnesio-muito-deficiente-e-desfolhando-cafezais-94466n.aspx.
[11]    F. P. Almeida, F. J. Lima, and R. N. S. Amaral, “Avaliação da fertilidade do solo em lavouras cafeeiras do cerrado da Bahia,” Bahia Agrícola, vol. 7, no. 2, pp. 73–75, 2006.
[12]    J. B. Matiello, R. Santinato, A. W. R. Garcia, and S. R. Almeida, Cultura de café no Brasil - Manual de Recomendações, 7th ed. Varginha - MG: Fundação Procafé, 2015.

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Autores
Emílio Lobato
José Neto Soares Filho
IBAR NORDESTE – www.ibarnordeste.com.br/agromag

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antonio costa reis
ANTONIO COSTA REIS

ITAMOGI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 22/07/2020

otimo artigo
audina onohara
AUDINA ONOHARA

BILAC - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 16/07/2018

quanto custa e quanto se coloca por pe.