Os contratos de café na ICE Futures US e na ICE Europe encerraram a sexta (30) em queda, fechando uma semana de perdas fortes, informa o Boletim Carvalhaes.
Segundo o relatório, com a colheita da nova safra brasileira avançando, fundos e especuladores pressionaram as cotações do robusta e do arábica. A opinião do Escritório Carvalhaes é a de que as projeções da produção brasileira de café em 2025/2026 apontam para um cenário semelhante ao da safra atual (2024/2025), agravada por estoques de agem (ao final de junho) historicamente baixos – provavelmente, os menores desde que o escritório começou a registrá-los. “Todos os relatos que ouvimos, de cooperativas, produtores, comerciantes e exportadores, confirmam armazéns vazios, sendo que o pouco café remanescente ainda depositado nesses armazéns, já está quase totalmente comprometido com os embarques brasileiros de junho e início de julho”, diz o boletim. Assim, todos os compromissos do país com exportações e consumo terão de ser atendidos com a nova safra.
Em 2024, o Brasil exportou mais de 50 milhões de sacas e consumiu 22 milhões delas. Para agravar esse quadro, informa o relatório, os estoques de café também são baixos nos outros países produtores, bem como nos países consumidores.
“O panorama político e econômico, brasileiro e mundial, com enormes incertezas e que levam bolsas e mercados pelo mundo a trabalharem com fortes e rápidas oscilações, torna mais nebuloso o cenário para o mercado de café em todo o mundo. É impossível enxergar o que acontecerá no próximo ano-safra cafeeiro”, diz o Boletim Carvalhaes.
A colheita do conilon avança em bom ritmo, no Espírito Santo e no sul da Bahia, e já atingiu os 25%. Já a de arábica começa a se desenvolver, informa o relatório.
Os primeiros números das duas colheitas parecem confirmar as previsões de agrônomos e cafeicultores – uma safra maior para o conilon, se comparada à de 2024, e menor do que a safra atual para o arábica. “Mas ainda é cedo para conclusões mais seguras”, alerta o Boletim Carvalhaes.
Contratos de arábica
Os contratos de arábica com vencimento em julho na ICE Futures US, em Nova York, oscilaram na sexta (30) 980 pontos entre a máxima e a mínima. Bateram em US$ 3,5100 na máxima do dia – alta de 260 pontos. Fecharam valendo US$ 3,4245, com perdas de 595 pontos. Na quinta (29), caíram 355 pontos e na quarta (28), 975 pontos. Na terça (27), subiram 70 pontos. Na segunda (26), não houve pregão em Nova York.
Esses contratos somaram queda de 1.855 pontos na semana que ou. Recuaram 465 pontos na semana retrasada e 2.210 pontos na semana anterior a ela. Caíram em maio 5.830 pontos. Em abril, acumularam ganhos de 2.535 pontos. Em 2025, até o fechamento de sexta (30), estes contratos para julho somam alta de 3.400 pontos.
Contratos de robusta
Na ICE Europe, os contratos de robusta para julho bateram, na máxima de sexta (30), US$ 4.642, em alta de US$ 50. Fecharam o pregão valendo US$ 4.566, em queda de US$ 56. Na quinta (29), caíram US$ 26 e na quarta (28), US$ 104. Na terça (27), recuaram US$ 94. Na segunda (26), não houve pregão em Londres. Somaram queda de US$ 280 na semana que ou.
Caíram US$ 75 na semana retrasada e US$ 361 dólares na semana anterior a ela. Caíram em maio US$ 280. Em abril, esses contratos tiveram alta de US$ 71. Em 2025, até sexta (30), esses contratos de robusta para julho acumulam queda de US$ 217 dólares por tonelada.
Estoques certificados
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures caíram na sexta (30) 3.326 sacas. Estão em 888.390 sacas. Há um ano, eram de 786.366 sacas, subindo nesse período 102.024 sacas. Subiram na semana que ou 1.800 sacas e na semana retrasada, 35.421 sacas. Somaram alta em maio de 74.722 sacas. Em abril, subiram 43.192 sacas. Em março, recuaram 35.112 sacas, e em fevereiro, caíram 61.994 sacas. Em janeiro, a queda foi de 112.385 sacas. Em 2025, até sexta (30), acumularam perdas de 91.577 sacas.
Contratos futuros em R$
Em reais por saca, os contratos para julho próximo na ICE Futures US fecharam na sexta (30) valendo R$ 2.591,12. Terminaram a sexta-feira retrasada valendo R$ 2.696,62, e a sexta-feira anterior a ela a R$ 2.742,48.
Mercado físico
Segundo o Boletim Carvalhaes, o mercado físico permaneceu calmo semana ada, com poucos negócios realizados. Há interesse comprador para todos os padrões de café, mas lotes de café da atual safra ainda em mãos de produtores são poucos, em volume historicamente baixos. Os cafeicultores que
detêm esses lotes se recusam a vendê-los nas bases de preços ofertadas atualmente pelos compradores. “São raros os lotes de arábica da nova safra 2025/2026 ofertados no mercado. Os trabalhos de colheita ainda estão no início, mas começam a sair vendas de pequenos lotes da nova safra brasileira”, pontua o boletim.
Embarques
Até dia 30, os embarques de maio estavam em 2.130.352 sacas de arábica, 125.370 sacas de conilon, mais 311.132 sacas de café solúvel, totalizando 2.566.854 sacas embarcadas contra 2.857.408 sacas no mesmo dia de abril.
Certificados de origem
Até sexta (30), os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 2.813.646 sacas, contra 3.267.898 sacas no mesmo dia do mês anterior.